Ontem quando apanhei o autocarro pela manhã assisti a uma
cena que me fez pensar – por vezes, lá tem de ser. Numa das paragens, houve uma senhora, de meia-idade, que se
sentou nos lugares reservados para grávidas e pessoas com dificuldades de
locomoção. Eis se não quando, outra senhora, também de meia-idade, com um
discurso, muito resumido, mas cuja ideia principal era esta: “que eu sou de Jesus e aqueles lugares não
são para pessoas que não se encontram nestas condições, que devia ir trabalhar
para saber o que era a vida”.
Faltou muito pouco para me saltar a tampa. Quanto mais
necessidade temos de afirmar que somos pelo Bem é quando esse mesmo Bem nos
falta; apontar o dedo ao outro, julgá-lo, faz-nos imediatamente saltar para o
outro lado da barreira. Na verdade, não havia lugares dos outros livres (eu ia
de costas) e não tenho a menor dúvida que, caso fosse necessário (havia ainda
outros 2 lugares daqueles livres), a senhora iria acabar por se levantar e
ceder o seu lugar. E embora também me irrite quando as pessoas se sentam nesses
lugares, quando há lugares vagos, quem sou eu para apontar o dedo ou julgar? (e
agora sim, percebemos o que realmente significa não invocar o santo nome de Deus
em vão) Por isso mesmo acabei por assitir e calar.
2 comentários:
locomoção
Claro! Obrigado caro Anónimo!
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